A Tatics foi novamente destaque em matéria sobre comunicação e marketing esportivo no Jornal O Povo. Depois de fazer um levantamento sobre os patrocínios nas camisas dos times brasileiros, desta vez o jornal cearense abordou o uso do Twitter no meio esportivo, especialmente entre os profissionais do futebol.
Apresentando na capa do caderno de esportes a foto de Neymar e a manchete "Jogadores assassinam o português", o repórter Emmanuel Macêdo entrevistou o especialista Evandro Ferreira Gomes, sócio-diretor da Tatics, e escreveu sobre os graves erros cometidos no uso desta poderosa mídia social. Confira a entrevista na íntegra:
O POVO - Qual o cuidado que o jogador deve ter ao possuir um perfil oficial no Twitter?
EVANDRO - O jogador tem que ter em mente que o Twitter é uma plataforma de comunicação que pode ultrapassar os limites de algo particular e restrito. O que se escreve se torna imediatamente público e pode ir além do número de amigos e seguidores. A frieza das palavras pode gerar interpretações errôneas se mal colocadas ou impensadas. Deve-se avaliar a relevância do conteúdo a ser publicado, evitar comentários ofensivos, ter capacidade de resumir pensamentos em 140 caracteres, medir as consequências do efeito pós-comentário e tentar usar o Twitter como algo que efetivamente agregue valor à sua imagem e carreira.
O POVO - Os erros de português podem afastá-los de patrocinadores e/ou clubes de futebol?
EVANDRO - Ninguém gosta de estar associado a algo que possa ser alvo de críticas por parte da opinião pública. Quanto mais profissionalismo existir, menor vai ser a tolerância para declarações com erros de português e maior a necessidade de uma assessoria para coibir problemas dessa natureza, que aliada a outras ações podem gerar no mercado uma percepção positiva em torno do atleta, fazendo com que ele seja mais bem visto por potenciais empresários, clubes e patrocinadores. Um caso clássico no futebol brasileiro é o do Neymar, que postou várias declarações infelizes nas redes sociais, mas que desde o final do ano passado tem sua atuação virtual assessorada e monitorada por especialistas que preparam o jogador para lidar com declarações públicas tanto na imprensa como nas mídias digitais.
O POVO - Você acha que o jogador se preocupa mais com isso hoje?
EVANDRO - A grande maioria sequer sabe da importância das redes sociais como algo que pode potencializar a carreira e imagem. Utilizam mais como bate-papo, algo ligado ao entretenimento e por vezes se envolvem em confusões e frases infelizes. Porém, uma minoria já acordou para essa realidade e existem casos onde os clubes ou o próprio empresário investe na reputação de seus clientes, criando sites interligados com as principais mídias sociais e uma série de outros serviços que moldam a imagem do atleta no mercado a partir de suas declarações, ações e visão de mundo.
O POVO - É possível ganhar dinheiro com marketing via Twitter?
EVANDRO - O marketing digital é uma realidade hoje no mundo todo, não só através do uso do Twitter, mas num planejamento de presença on-line bem elaborado e que contemple as principais mídias sociais disponíveis, inclusive com capacidade de mensuração dos resultados. Os treinadores, jogadores e demais profissionais do esporte só agora perceberam a importância desse tipo de trabalho, algo que o mundo corporativo já explora há algum tempo e com ótimos resultados. A medida que o nível de profissionalismo aumentar no esporte, e esta é uma tendência em virtude da chegada da Copa e das Olímpiadas que vêm por ai, é possível aquecer o mercado, elaborar assessoria de comunicação customizada e transformar esse tipo de trabalho em ganhos financeiros. E foi exatamente para preencher essa lacuna no mercado esportivo que abrimos a Tatics Comunicação e Marketing Esportivo.
O POVO - Cite algumas situações desagradáveis por conta de problemas ocorridos com o mau uso do Twitter. Erros de marketing, exemplos de perdas de patrocinio por um comportamento de um jogador, e o que mais achar interessante.
EVANDRO - Mesmo o uso do twitter sendo algo recente em termos de mídia, já houve vários "cases" positivos e negativos. Infelizmente, bem mais negativos do que positivos. Muitas vezes até a foto que se utiliza como avatar pode depreciar a imagem do atleta. Poderia passar a tarde citando exemplos, mas vou pontuar alguns que me lembro de momento:
- Jogadores do Santos com declarações de menosprezo a um determinado torcedor, via Twitcam;
- Kléber, do Palmeiras, fazendo declarações contra o trabalho do Felipão;
- Jogador de futebol criticando o próprio empresário pela falta de acompanhamento na carreira;
- Jogador reclamando de dirigente e dizendo que não jogaria mais pelo clube (no outro jogo já estava em campo);
- Sócio da empresa patrocinadora do São Paulo dizendo que o Corinthians iria "acabar com os Bambi";
- Postagem de fotos estereotipadas de atletas sem camisa, com colares, brincos exagerados, tatuagens e ingestão de bebida alcoolica;
- Frases mal elaboradas, de difícil entendimento, com erros de português;
- Jogador criticando o presidente do clube por insinuar que ele estaria se oferecendo para um clube europeu;
- Goleiro criticando árbitro via Twitter e indo a julgamento pelo Tribunal de Justiça Desportiva por isso;
- Nadadora australiana Stephanie Rice perdendo o patrocínio da Jaguar por declaração homofóbica.
A matéria completa, publicada nesta quinta-feira, 18 de Agosto de 2011, está disponível no sistema on-line do O Povo, no endereço do jornal na Internet: http://www.opovo.com.br